terça-feira, 14 de julho de 2009

Vale a pena ver de novo - Jeitosinha em: Pretensões de Arlindo (Cap. XII)


Capítulo XII - Pretensões de Arlindo


Jeitosinha não acreditava no que acabava de ouvir. Desde a revelação de seu trágico segredo, sentia-se num pesadelo sem fim. Não bastasse todo o ódio em seu coração, o estranho desfecho da morte do pai e a perda de Bruno, seu amado, agora a nossa heroína era chantageada pelo cruel Arlindo!
- Você quer que eu me prostitua?
- Sim.
Concordou o irmão, sem um pingo de emoção na voz.
- Existe um bordel de luxo aqui perto de casa... Pessoas exóticas como você podem ter um bom valor no mercado.
- M-mas... Eu sou virgem! Sou inocente! Retrucou Jeitosinha, aos prantos.
- Pois você tem até amanhã para aprender o que precisa.
Arlindo deixou o quarto da loira batendo a porta. Adenair entrou em seguida, curioso em saber o que acontecera. Jeitosinha contou resumidamente a história.
- Mas não pode ser! Você precisará matá-lo também! Reagiu o enrustido, batendo o pezinho nervosamente.
- Sim, mas não poderei fazê-lo agora. Não com o estranho desaparecimento do corpo de papai. Precisamos desvendar primeiro este mistério. Disse Jeitosinha, recompondo-se.
- Então você...
- Não resta outra alternativa, Adenair. Terei que me submeter aos caprichos de Arlindo. E pode ter certeza: estarei mais pronta amanhã do que ele pensa!
Pela primeira vez desde o rompimento, Jeitosinha voltou àquela noite ao apartamento de Bruno. Encontrou-o em estado de total desespero, sorvendo doses e mais dose de uísque barato.
- Você destruiu a minha vida! Lamentou o jovem.
A loira, usando um vestidinho curto, sentou-se no seu colo. Numa explosão de luxúria, enfiou a língua na boca de Bruno, antes que ele pudesse esboçar qualquer reação. Num primeiro momento ele retribuiu ao carinho, mas logo se lembrou de que estava beijando um homem.
Rejeição e desejo se sucediam em ondas no coração de Bruno. Mas ele havia bebido bastante e amava Jeitosinha...
No dia seguinte, consumada uma louca e completa noite de amor, a loira acordou e viu Bruno, de pé, contemplando-a. Ela abriu um sorriso, mas não foi retribuída.
- Você é tão bonita... Murmurou o rapaz, com um semblante que mais sugeria um lamento que um elogio.
- O que você achou da noite, meu amor?
- Eu... Eu estou confuso... Foi tudo muito diferente... Vi-me fazendo coisas que nunca imaginei ser capaz...
- Calma meu amor...
Respondeu docemente Jeitosinha.
- Sente-se aqui ao meu lado e vamos, conversar melhor sobre isso...
- Bem...
Respondeu Bruno, com um sorrisinho sem graça.
-Podemos até conversar. Mas sentar, eu não consigo...


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